

Entre as obras mais conhecidas de Bulcão está a treliça que delimita a Sala dos Tratados, no mezanino do Paláco do Itamaraty. A divisória tem cerca de 22 metros de largura por quatro de altura e combina uma estrutura de madeira com peças de ferro pintado nas cores vermelho, branco e preto. Na mesma sala, encontra-se a mesa dos tratados, talhada em jacaradá, sobre a qual a princesa Isabel assinou a Lei Áurea.

Menos conhecidos, mas também localizados em espaços nobres, são o relevo em mármore do Supremo Tribunal Federal; a porta em aço com vitrais coloridos da Capela Nossa Senhora da Conceição, no Palácio da Alvorada; o painel de azulejos no batistério da Catedral Metropolitana
e o teto com placas metálicas no plenário do Senado Federal.
Fora das estuturas política e religiosa, as obras de Bulcão espalham-se por lugares mais expostos ao grande público como o Aeroporto Juscelino Kubitschek e o Brasília Pálace Hotel. Sua presença é marcante também no Teatro Nacional, onde realizou relevos em concreto na fachada e, em mármore, na Sala Vila-Lobos, além de painéis com função acústica.
Athos Bulcão: o artista de Brasília
A partir de 1958, a história de Bulcão se confunde com a de Brasília. Ele chegou ao Distrito Federal em 1958, a convite de Oscar Niemeyer, e começou a desenvolver um trabalho que de arte integrada e acabou transformando a cidade em um museu a céu aberto e levando cor e movimento à bela arquitetura de concreto de Niemeyer.
Bulcão ficou em Brasília até o fim da vida. Ele morreu em 2008, aos 90 anos. Foi amigo de importantes artistas, como Carlos Scliar, Jorge Amado*, Pancetti, Enrico Bianco, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Alfredo Ceschiatti, Manuel Bandeira - e considerava todos eles responsáveis por sua formação.
Teve também uma estreita ligação com Portinari, de quem foi assistente na pintura do mural de São Francisco de Asis na Igreja da Pampulha**. Foi por meio de Portinari*** que conheceu Niemeyer, seu futuro parceiro na maioria dos trabalhos que realizou em Brasília. Trabalhou, ainda, com o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, que ficou conhecido pelos projetos que realizou para a Rede Sarah de Hospitais.
Bulcão era carioca do Catete e passou sua infância em Teresópolis. Ainda muito jovem, abandonou o curso de Medicina para se dedicar às artes plásticas e iniciou uma carreira voltada para o público, mas não o público das galerias e dos museus e sim as pessoas comuns que circulam pelos prédios públicos e privados e, ao fazer isso, entram em contato com seus painéis, relevos, divisórias, muitas vezes sem se dar conta de que estão diante de uma obra de arte.
A preservação da memória de Bulcão e a catalogação de sua obra é feita pela Fundação Athos Bulcão, criada em 1992. Em sua pequena sede, na CLS 404, Asa Sul de Brasília, a fundação realiza exposições temáticas e mantém uma loja onde são comercializados de marcadores de livros a cadeiras, com padrões criados pelo artista.
A entidade mantém, ainda, projetos educativos, restaurações e publicações, entre as quais o livro "Athos Bulcão", vencedor do prêmio Jabuti 2010, na categoria "Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes".
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Leia, aqui no blog, matérias sobre artistas citados nesta matéria:
* Museu Casa de Jorge Amado
** Sobre a Pampulha

Teve também uma estreita ligação com Portinari, de quem foi assistente na pintura do mural de São Francisco de Asis na Igreja da Pampulha**. Foi por meio de Portinari*** que conheceu Niemeyer, seu futuro parceiro na maioria dos trabalhos que realizou em Brasília. Trabalhou, ainda, com o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, que ficou conhecido pelos projetos que realizou para a Rede Sarah de Hospitais.
Bulcão era carioca do Catete e passou sua infância em Teresópolis. Ainda muito jovem, abandonou o curso de Medicina para se dedicar às artes plásticas e iniciou uma carreira voltada para o público, mas não o público das galerias e dos museus e sim as pessoas comuns que circulam pelos prédios públicos e privados e, ao fazer isso, entram em contato com seus painéis, relevos, divisórias, muitas vezes sem se dar conta de que estão diante de uma obra de arte.
O Instituto Athos Bulcão

A entidade mantém, ainda, projetos educativos, restaurações e publicações, entre as quais o livro "Athos Bulcão", vencedor do prêmio Jabuti 2010, na categoria "Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes".
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Leia, aqui no blog, matérias sobre artistas citados nesta matéria:
* Museu Casa de Jorge Amado
** Sobre a Pampulha
*** Museu casa de Portinari.
Padrões de Athos Bulcão - Prédios públicos e privados - Brasília - Distrito Federal - Brasil
(1) Foto Olimor- Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=31561445
(2) Foto Ricardo Padue/Instituto Athos Bulcão
(3) Foto Tuca Reinés / Instituto Athos Bulcão
(4, 5, 6,7) Foto Edgard Cesar/ Instituto Athos Bulcão
Referências:
Site da Fundação Athos Bulcão
Visita à Fundação Athos Bulcão
Livros:
Athos Bulcão, Fundação Athos Bulcão (Prêmio Jabuti 2010)
Catálogo do Acervo da Fundação Athos Bulcão
Referências visuais:
Doodle do Google
Vídeo sobre a obra de Athos Bulcão
Agradecimentos:
Vitor Borysow - assessor de comunicação da Fundação Athos Bulcão
Fundação Athos Bulcão
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Obrigada por mais este conhecer!
ResponderExcluirEu que agradeço, Teca, pela leitura e pelo comentário. Bjs
ExcluirQue trabalho lindo,qu eeu até conhecia, mas não sabia do autor. Adorei, Sylvinha!
ResponderExcluirBeijo
sonia pedrosa
Valeu, Soninha, bjs
ExcluirMuito bom, Sylvia!
ResponderExcluirObrigada, mas faltou deixar seu nome rsrs
ExcluirParabéns por resgatar neste texto tanta arte e conhecimento que para muitos passa despercebido. Adorei Sylvinha
ResponderExcluirObrigada. Pena que não se identificou!
ExcluirParabéns por resgatar neste texto tanta arte e conhecimento que para muitos passa despercebido. Adorei Sylvinha
ResponderExcluirValeu, Silvio. Bom saber que gostou. bjs
ExcluirBulcão com sua arte engajada continua a fazer parte da história cultural de Brasília.
ResponderExcluirGratidão, Sylvinha, pelo belo texto, , que resgata a importância desse carioca que se fez "candango".
Abraços
Val Cantanhede
Eu que agradeço, Val, pela leitura e pelo comentário, bjs
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