
Na época das grandes navegações, Belém teria sido uma espécie de distrito independente, ocupado inicialmente por pescadores, depois por agricultores mouros e, finalmente, por famílias da nobreza
que usavam o local como residência de recreio ou para fugir do que consideravam a 'bagunça de Lisboa'. Hoje, mais de cinco séculos depois, Belém está integrada à capital portuguesa e reúne alguns dos mais importantes monumentos de Portugal.

Belém guarda a memória dos descobrimentos
A construção que relembra as grandes navegações ainda é jovem, foi construída em 1960, mas suas raízes são bem antigas. O primeiro projeto, não concretizado, foi elaborado pelo arquiteto e cineasta Cottinelli Telmo, que viveu entre o fim do século 19 e a primeira metade do século 20. Em 1940, foi inaugurada uma primeira versão em materiais perecíveis, desmontada 18 anos depois.
A ideia inicial era homenagear o infante Dom Henrique, da Escola de Sagres, considerado o grande mentor das viagens marítimas, mas a demora na concretização do projeto fez com que outros navegadores ganhassem importância e o monumento atual homenageia 32 deles, inclusive de Pedro Álvares Cabral.
Dentro da caravela estilizada com imagens de Dom Henrique e seus seguidores, há um auditório, salas de exposição e um mirante. Do lado de fora, o piso é decorado com uma Rosa dos Ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no ateliê de um dos pioneiros da arquitetura modernista em Portugal, Luís Cristino da Silva.

um plano de defesa da barra de Lisboa elaborado, antes de 1.500, pelo rei Dom João
A Torre de Belém substituiu uma nau ancorada permanentemente no Tejo, no lugar de onde partiam as frotas para as Índias. Com o passar do tempo, o prédio perdeu a função de fortaleza e passou a ser usado para vários outros fins, como escritório aduaneiro, central de correios, farol e até cadeia para presos políticos. Foi tombada pelo governo de Portugal e recebeu o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco. Hoje está aberto à visitação e oferece uma das mais belas vistas do Tejo.
Mosteiro dos Jerônimos

Quando o infante Dom Manuel pediu autorização à Santa Sé para construir o mosteiro, já havia ali uma igreja, a Ermida de Santa Maria de Belém, onde os grandes navegadores rezavam antes de partir para suas viagens. É na igreja do Mosteiro, que conserva o mesmo nome de quando era apenas uma capela, que estão enterradas figuras famosas como o navegador Vasco da Gama. E entre os que tiveram esse privilégio, encontram-se também dois escritores: Luís de Camões e Fernando Pessoa.
O Mosteiro dos Jerônimos é, ainda, o berço de um dos ícones mais representativos de Portugal: os deliciosos Pastéis de Belém.
Pastéis de Belém: um segredo secular
Os pastéis eram colocados à venda em uma pequena casa de comércio que funcionava dentro de uma usina de cana-de-açúcar, ao lado do Mosteiro, mas somente os monges conheciam a receita. Quando veio a Revolução Liberal do Porto, todos os mosteiros de Portugal foram extintos e, talvez pelas mãos de um ex-monge, a receita secreta foi parar nas mãos do proprietário da loja. Aí começa a história oficial dos atuais Pastéis de Belém, que atraem turistas do mundo inteiro.
No próprio bairro e em várias partes de Lisboa, de Portugal e do resto mundo, existem pastéis de nata portugueses, talvez igualmente saborosos, mas os detentores da receita dos Jerônimos garantem que há uma grande diferença entre esses e os originais.
Seja pelo paladar ou por simples 'fetiche', o fato é que turistas de toda parte enfrentam enormes filas para saborear os pastéis produzidos a partir da receita secreta dos monges e há quem diga que a loja produz cerca de vinte mil pastéis por dia. Conscientes da preciosidade que detêm, e do encantamento que provocam, os proprietários da loja se recusam a abrir filiais ou franquias.
Belém - Lisboa Portugal
Texto: Sylvia Leite
Fotos:
(1) 495756 por Pixabay
(2 E 3) LoggaWiggler por Pixabay
(4) Sylvia Leite
(5) lapping / Pixabay
(6) Waldo Miguez/ Pixabay
(7) marcelkessler/ Pixabay
Referências:
Site Unesco
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É mesmo deslumbrante esse conjunto arquitetônico! Gostaria de retornar à terrinha...
ResponderExcluirAmei a matéria, Sylvinha
Bjs,
Val Cantanhede
Que bom! Obrigada, Val, bjs
ExcluirO nosso comecinho..lindamente retratado por vc, Sylvinha! Parabéns!
ResponderExcluirSim, Soninha, nosso comecinho com os portugueses, mas antes disso já havia vida e cultura por aqui. Obrigada pelo comentário, beijos!
ExcluirÔ cantinho legal Silvinha. Beijos.
ResponderExcluirÉ muito legal mesmo. Me lembra a Ribeira, em Salvador.
ExcluirJá estive aí. Espetacular. E o pastel de Belém é delicioso. Sempre fresquinho e quentinho.
ResponderExcluirPena que você não se identificou. Obrigada de qualquer forma.
ExcluirQue delícia que foi ler esse post. Um dos locais que mais em Portugal foi Belém. Cada local mais lindo que o outro. Nosso ponto zero em Portugal foi super bem retratado aqui por você, parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Hebe. Bom saber que gostou. Volte sempre.
ExcluirQue texto incrível Belém marco zero de nossa história! Estou louca pra conhecer Belém!
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