Tilonia: um desafio de inclusão e desenvolvimento sustentável

Tempo de Leitura: 3 minutos

Atualizado em 14/02/2022 por Sylvia Leite

Mulheres que utilizam energia solar - Foto site do Barefoot College - BOG LUGARES DE MEMÓRIAO pacifista Mahatma Gandhi acreditava que o conhecimento, as habilidades e a sabedoria encontrados nas aldeias podem ser usados para o seu próprio desenvolvimento antes que se busque soluções externas. O Barefoot College – ou Escola dos Pés Descalços -, localizado no povoado de Tilonia, nasceu com base nesse princípio e foi ainda mais longe: incorporou tecnologia aos saberes locais e tornou-se um centro internacional de formação e desenvolvimento de produtos que ajudaram milhares de famílias a sair da pobreza extrema.

Inclusão e sustentabilidade

O ponto central é a inclusão. Em Tilonia, as crianças estudam e os adultos são iniciados em tecnologias sustentáveis, especialmente as que proporcionam energia solar e aproveitamento de água da chuva. Quem já aprendeu, pode passar a executar, ensinando ou desenvolvendo produtos, e assim se conquista uma expansão do mercado de trabalho.

Mulheres aprendendo a produzir equipamentos de energia solar em Tilonia - Foto site do Barefoot College - BOG LUGARES DE MEMÓRIAO projeto mantém ainda uma estrutura ampla que inclui desde um restaurante do tipo bandejão até um pequeno hospital. Roupas e bolsas de algodão são tecidas, confeccionadas e vendidas ali mesmo ou levadas para comercialização em outros pontos da Índia. E tudo isso é mantido e administrado por pessoas que aprenderam a trabalhar dentro da própria instituição.

Fiéis a Gandhi, eles priorizam os saberes locais e quando usam tecnologia sofisticada, o fazem de forma que funcione no nível da aldeia. Além disso, buscam garantir que o conhecimento dessa tecnologia esteja inteiramente nas mãos e no controle das comunidades pobres que a utilizam, para que as pessoas não se tornem dependentes ou exploradas.

Tilonia: uma escola de energia solar

O Barefoot College tornou-se mundialmente conhecido por formar engenheiras solares descalças. São mulheres de países do terceiro mundo que passam seis meses dentro da instituição aprendendo a construir e instalar aquecedores, fogões, dessalinizadores de água e sistemas de iluminação. Ao voltar para casa, tornam-seTurma de alunas com seus professores de energia solar - Foto site do Barefoot College - BOG LUGARES DE MEMÓRIA multiplicadoras da tecnologia e transformam suas comunidades.

Desde 2003, cerca de 18 mil famílias de 83 países, trocaram a lenha e o querosene por fogões e lâmpadas solares. Nas localidades onde a água é salobra, passaram a ter acesso a água potável. Com os equipamentos solares, 4.020 gramas de emissões de carbono foram evitadas. E quando você estiver lendo este texto, os números acima certamente já terão se multiplicado.

Os integrantes do Barefoot College, em Tilonia, orgulham-se por atender 14 das 17 Prioridades de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030, que incluem questões-chave como eliminar a pobreza, fortalecer as mulheres, criar sustentabilidade ambiental e expandir as energias renováveis. Já quem visita o local, pode orgulhar-se de ter ao menos entrado em contato com uma experiência tão viva. 1 2

Notas

  • 1 O Barefoot College não é oficialmente aberto à visitação, mas se você quiser realmente conhecer o trabalho sócioambiental desenvolvido por eles, vale a pena tentar e, como nós, provavelmente será bem recebido
  • 2 Leia, aqui no blog, outras matérias sobre a Índia: Jantar Mantar / Raj Ghat / Gurudwara Bangla Sahib / Goa / Kolam / Taj Mahal

Barefoot College – Tilonia – Rajastão – Índia – Ásia

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Fotos

  • Sylvia Leite e Site do Barefoot College.

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R Leandro
5 anos atrás

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R Leandro
5 anos atrás

Muito legal… Assim voce me instiga a querer conhecer o Norte da Índia!

Jane Alves
5 anos atrás

Estimulante saber que iniciativas como esta existem e se multiplicam pelo mundo afora, promovendo o bem-estar e a promoção social dos menos favorecidos pelo nascimento. Sobretudo tendo origem num país de tá
tantas desigualdades e odioso sistema de castas como a Índia. Dá esperança de que idéias como essa se espalhem por nosso sofrido País.

Maria Helena
5 anos atrás

Sem suas matérias, eu não teria oportunidade de descobrir todos esses lugares, e conhecer tantas coisas boas feita pelas pessoas , que se doam para melhorar o mundo. Parabéns e obrigada prima.

Marisa Mattua Portela
5 anos atrás

Foi inesquecível está viagem! Obrigada por me fazer recordar❤

Unknown
5 anos atrás

Que maravilha de projeto, poderiámos. copiar para as nossas comunidades aqui no Brasil.

Celia Regina Moraes Leme
5 anos atrás

Adorei conhecer Barefoot College na sua companhia Sylvia. Que lugar mágico mesmo. Lembro que você Marisa e eu ficamos deslumbradas com o trabalho desenvolvido alí, promovendo autonomia às mulheres e suas comunidades. Ótima lembrança. Beijos

Celia Regina Moraes Leme
5 anos atrás

Adorei conhecer Barefoot College na tua companhia Sylvia. Que ligar mágico mesmo.Lembro.que ficamos deslumbradas com o robalo alí desenvolvido, promovendo a autonomia das mulheres e suas comunidades. Ótima lembrança. Beijos

Brumel
5 anos atrás

Estou encantada com o projeto das mulheres solares descalças…vou divulgar no meu site http://www.meioambientenews.com.br e no facebook…Parabéns e sucesso p essas mulheres guerreiras e sustentáveis!! Quero conhecer o projeto…

Elizete Cordeiro de Miranda
5 anos atrás

Nossa! Que maravilha saber que exitem lugares como este. Um lugar de inclusão, de várias formas, inclusive uma que dá a oportunidade de se multiplicar.

Anônimo
Anônimo
5 anos atrás

Que projeto bacana, Silvinha! Você descobre coisas super interessantes! Fiquei impressionada com a eficácia deles. Beijos

sonia pedrosa cury
5 anos atrás

Muito legal, Sylvinha! Um belo exemplo para todos nós!

Unknown
5 anos atrás

Lindo projeto!

Sidney Menezes
5 anos atrás

Super interessante as Engenheira descalças. O blog esta se revelando sensacional Silvinha.

cleonicein
3 anos atrás

que loucura este parque dos falcões, nao tinha ideia que seria tao legal visita-lo e nem que era tao eficaz. obrigada por compartilhar