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Não é preciso ser cristão, ou conhecer a Bíblia para se encantar com o espetáculo. Depois da Via Sacra, encontra-se a cúpula da catedral - alegoria do contraste entre o céu e a terra. Seguindo em frente, encontramos também esculturas de anjos e um grande presépio.
Atrás do altar, ergue-se uma cruz de 16 metros de altura por 10 de largura e 80 cm de espessura. Segundo os colombianos, é a mais alta do mundo em espaço subterrâneo e embora pareça ter volume, foi esculpida em baixo relevo na parede de sal.
No chão, antes dos bancos, uma homenagem a Michelangelo com a reprodução de uma das cenas pintadas por ele na Capela Sistina* - o nascimento de Adão - talhada em mármore pelo escultor Carlos E. Rodríguez Arango.

A obra foi inaugurada em 1995. Antes havia outra catedral, concluída em 1954, que precisou ser interditada por questões de segurança. Mas a história não começa aí. Antes disso, muita água rolou e, com ela, muito significado.
O começo de tudo

Com tantas serventias e crenças a seu respeito, o sal foi extraído da natureza desde épocas remotas, das mais diversas formas. Em Zipaquirá, município próximo a Bogotá, onde está localizada a catedral, as reservas existem há milhares de anos e são exploradas desde o período pré-colombiano pelos nativos Muíscas.
Naquela época, o processo era simples e artesanal. Sem tecnologia de extração direta, os nativos usavam potes para colher a água salobra, que deixavam evaporar, restando apenas uma pedra de sal.
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Após o descobrimento, os exploradores artesanais passaram a trabalhar, escravizados, sob o comando dos conquistadores e a técnica da evaporação foi trocada inicialmente pela raspagem das pedras e, tempos depois, pelas escavações.
O sal fez Zipaquirá crescer e tornar-se a principal cidade da Colômbia, tanto que foi lá que Gabriel Garcia Marques estudou e cultivou sua paixão pela literatura, mas isso é assunto para outra matéria.
De templo a monumento
O que se tem notícia é que, tempos depois, quando os escravos indígenas foram substituídos por trabalhadores cristãos, as minas passaram a ser usadas também como templo religioso.
A catedral, inicialmente idealizada como capela, foi consequência disso tudo e da devoção a Nossa Senhora do Rosário, protetora dos mineiros. Como a história não pára, o que antes era um simples lugar de oração, hoje figura como a primeira maravilha da Colômbia, visitada por turistas do mundo inteiro, e até indicada para concorrer ao título de uma das sete maravilhas do mundo.
Como a primeira construção precisou ser interditada, houve um cuidado especial na conceoção da basílica atual. Embora ainda exista exploração de sal, o trabalho é feito em outra parte da mina e, segundo os responsáveis pela catedral, não representa nenhuma ameaça aos visitantes.
* A Capela Sistina será tema de uma nova matéria.
** Temas relativos à Inconfidência Mineira serão tratados em matérias específicas.
Catedral de Sal - Zipaquirá - Colômbia
Texto: Sylvia Leite
Fotos: Sylvia Leite
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maravilhoso!!!!!!👏👏
ResponderExcluirValeu, Nena! bj
Excluirque lugar mais lindo!
ExcluirÉ lindo mesmo! Se puder, deixe seu nome. Gosto de saber quem comenta. Obrigada!
ExcluirMaguinifico maravilhas gostei muito mesmo
ExcluirObrigada pelo comentário. Da próxima vez, por favor deixe seu nome.
ExcluirMuito bom!👏👏👏👍
ResponderExcluirObrigada, Valtinho!bj
ExcluirOlá querida Sylvia Leite adorei como sempre. Incrível esse lugar. Não conhecia, fiquei curioso e a fim de conhecer. Parabéns mais uma vez por nos proporcionar uma viagem fantástica através da sua narrativa e das imagens.
ResponderExcluirValeu, Marcelinho, beijos.
ExcluirMuto legal essa história... Colômbia, um país que ainda quero visitar. beijos, Sy.
ResponderExcluirValeu, Vi. Beijos
ExcluirSe já desejava conhecer a Colômbia a sua reportagem serve para reforçar esse desejo. Mais uma vez parabéns,
ResponderExcluirObrigada, Neilton! beijos
ExcluirMuy buena historia y excelente como la relatas, como siempre. Abrazo
ResponderExcluirGracias, Liliana. Beijos
ExcluirUma viagem fantástica. Gostei muito. Como não teria coragem de fazer, pois não gosto de lugares tipo cavernas, você me concedeu a oportunidade de conhecer tantas coisas maravilhosas. A sua maneira de escrever nos leva a participar. Parabéns.
ResponderExcluirObrigada, Maria Helena. Adoro saber que voc~e está ppor aqui toda semana. Beijos.
ExcluirParabéns Silvinha..
ResponderExcluirConheci esse lugar, realmente muito interessante.. parabéns
O lugar é mesmo muito especial. Obrigada pelo comentário. Só faltou dizer seu nome rsrsr.
ExcluirAmei essa matéria! O lugar deve ser incrível!
ResponderExcluirQue bom, Maga. É incrível, mesmo. Beijo.
ExcluirAbsurdo. Tão improvável quanto atraente.
ResponderExcluirDelícia de leitura.
Parabens
Obrigada, Joaquim. Toda quinta tem postagem nova. Volte sempre. Bjs
ExcluirParabéns, texto maravilhoso!
ResponderExcluirObrigada, Gilca. Bom saber que que é leitora assídua.
ExcluirTaí outro lugar curioso para se conhecer! Gostei. Beijos
ResponderExcluirUm ótimo lugar, Célia!
ExcluirVisitei a Catedral do Sal. Foi o passeio mais emocionante da minha vida.A iluminação,a narrativa e tudo o mais é digno de grande admiração.
ResponderExcluirVerdade. É impressionante mesmo. Obrigada pelo comentário. Da próxima vez de deixe seu nome, ok? Abraço!
ExcluirGostei de ler os relatos. Bolívia tem mesmo relação com o sal. O Salar de Uyuni é um exemplo.
ResponderExcluirPreciso conhecer esta catedral.
Não vai se arrepender. Da próxima vez, não esqueça de dizer seu nome, ok?
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