

História e histórias

As serenatas de porta em porta só iriam surgir no século seguinte. No começo eram feitas em frente a um casarão. Depois os músicos começaram a se deslocar pelas ruas e cantavam até altas horas em homenagem a amigos e namoradas.

Em toda casa uma canção
A ideia das plaquinhas veio dos irmãos José Borges e Joubert, que embora fossem do Rio de Janeiro, frequentaram Conservatória durante muitos anos e hoje são lembrados como seresteiros históricos, ao lado de seu antecessor Emérito Silva (Merito) e tantos outros, talvez menos famosos mas igualmente importantes.
A proposta era imortalizar os compositores gravando seus nomes junto aos nomes de suas músicas em placas que seriam colocadas nas principais esquinas de Conservatória. A aceitação foi tão grande que as placas passaram das esquinas para as casas.

Atualmente, a seresta é comandada por Edgard Cariêlo Vilela, o Edgard Seresteiro, que promete
retomar o projeto das plaquinhas para que mais moradores tenham o privilégio de ter uma música de sua escolha tocada na porta de casa. Assim como nos velhos tempos, cada plaquinha deverá ser inaugurada ao som de voz e violão.
De olho no futuro

A fama de cidade musical fez com que Conservatória fosse ganhando, ao longo dos anos, novas manifestações. Uma delas é o carnaval antigo, realizado no mês de outubro, com músicas que já não são mais tocadas em outros lugares. Outra é o chorinho, que atrai multidões, especialmente nos sábados à tarde.
A cidade abriga também alguns museus dedicados a compositores como Sílvio Caldas e Vicente Celestino. Tem ainda um teatro que busca resgatar a memória da musica popular brasileira por meio da história de seus cantores.
Por trás de toda essa efervescência, esconde-se um trabalho silencioso, idealizado pela cantora Juliana Maia, que poderá garantir não apenas a sobrevivência das serenatas, mas a sustentação do perfil musical de Conservatória por uma nova geração de músicos. É um grupo de amigos incentivadores da cultura que proporciona aulas gratuitas de violão e violino para crianças e adolescentes da cidade.
Conservatória - Valença - Rio de Janeiro - Brasil
Texto: Sylvia Leite
Fotos: Juliana Maia (fotos 2, 3 e 4), Shellah Avellar (foto 1) e divulgação (fotos 5 e 6)
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Maravilha!
ResponderExcluirBeijo!
ExcluirAh...Conservatória... maravilhosa! Ótimo registro, Sylvinha!
ResponderExcluirMorei do ladinho, em Ipiabas. Adorava passear pelas ruas e sonhar em ter uma casa com uma plaquinha de música na frente. Boba, né?
Excluirum sonho maravilhoso, sem dúvida!
ExcluirBeijo.
ExcluirPois ja estou sonhando em morar uma casinha assim...
ExcluirFaça isso e me convide para passar um fim de semana rsrsr
ExcluirQue interessante! Ótimo registro!
ResponderExcluirLegal, né? beijo
ExcluirMais uma vez surpreendendo, amiga. Com essa linguagem impecável, e essas temáticas pitorescas, vamos fazendo da leitura breve uma nutrição.
ResponderExcluirObrigada, Pablo. Assim você me faz chorar rsrsr Beijo.
ExcluirQue legal a tradição ter continuado. Lindo lugar e linda história!
ResponderExcluirImpressionante, não é?
ExcluirLegal. Nunca tinha ouvido falar. A semelhança com "conservatório" (musical) será mera coincidência ? :)
ResponderExcluirEu sempre pensei que sim, que esse nome tivesse alguma relação com conservatório de música. Conheço a cidade há mais de 30 anos. Mas agora que fui fazer a matéria vi que não. A palavra Conservatória, nesse caso, tem o sentido de cartório de registro porque lá eram feitos os registros pessoais dos integrantes de uma tribo indígena.
ExcluirÉ difícil de acreditar que exista um lugar como esse! Que a tradição continue viva!
ResponderExcluirÉ verdade, Carlos. Eu sempre fiquei muito impressionada com isso. E as plaquinhas nas casas são 'demais', não é?
ExcluirEncantada com essa reportagem sobre essa cidade musical, pode ser até chamada assim. Não tinha conhecimento dela. Parabéns prima, você sabe fazer muito bem o seu trabalho e passar todas essas maravilhas para termos mais conhecimento das coisas e lugares bons e bonitos do nosso Brasil. Obrigada.
ResponderExcluirEu que agradeço pelo seu comentário e pela sua constância aqui no blog. Beijão, querida!
ExcluirAdorei, Sylvinha!!
ResponderExcluirExcelente expressão da delícia que é estar em Conservatória, com toda essa sua peculiaridade. E, como bem colocado pelo amigo a cima, uma nutrição para quem lê, pois mesmo frequentadora assídua, desconhecia essas curiosidades adoráveis sobre as plaquinhas e o pedido com piano.
Ainda mais encantada pelo lugar!!
Obrigada, e parabéns
Janaína Zappa
Obrigada, Jana. Bom ouvir isso de quem vive ao lado e conhece bem Conservatória. Obrigada pelo comentário. Beijão
ExcluirEssa postagem reforçou a vontade de conhecer Conservatória, cidade tão famosa por sua musicalidade. Parabéns
ResponderExcluirValeu, Neilton! Você vai gostar. É linda! beijo
ExcluirConhecia a cidade de ouvir falar e, apesar de morar perto (Rj) acabei nunca indo .. o tema despertou a vontade de ver com os próprios olhos o que você nos contou nesse texto instigante e (sempre) bem escrito ..! 😘😍
ResponderExcluirObrigada, Bebel. Você vai gostar.
ExcluirSem palavras que contenham tudo o que essa postagem expressa! Maravilha é pouco. vou fazer umas plaquinhas pro meu portão... bjs
ResponderExcluirFaça mesmo, Hilda. Acho que vou fazer uma para a minha também. Uma não, cinco hehehe
ExcluirLinda história! Já tinha ouvido falar em Conservatória, mas não conhecia a sua história, muito interessante..Amei e gostaria muito de conhecê_la.. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário. Da próxima vez deixe seu nome. Adoro saber com quem estou falando rsrs. Abração!
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